Uma série de atividades marcará a campanha do Setembro Amarelo do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho e Previdência (Sindprev). Estão programadas rodas de conversas, ações nas redes sociais da entidade, além de uma palestra, prevista para o Dia de Prevenção do Suicídio, comemorado 10 de setembro.

Antonieta, diretora-adjunta do Sindprev e psicóloga, lembra que o suicídio é considerado um problema de saúde pública. “Trata-se de um ato que traz um forte impacto social e financeiro tanto na família, quanto na sociedade em geral. Preveni-lo é uma tarefa para muitas mãos como o Poder Público, a sociedade, além de parentes e amigos das pessoas que apresentam o chamado comportamento suicida”, explica.

Ela salienta que um passo importante é a detecção precoce para que haja um trabalho de prevenção. Para a psicóloga, é dever do estado atuar de forma pedagógica na conscientização de toda a sociedade.

Para o psicólogo Antonio Marcos, que faz parte da Físio Clínica de Prevenção à Saúde, os primeiros sintomas de desequilíbrio na saúde mental são a falta de concentração, no cotidiano, nas atividades de trabalho, alterações no sono, dentre outros. “A gente precisa ficar atento às sensações de tristeza, depressão e ansiedade, que muitas vezes passam despercebidas. A vontade de isolar-se e de se distanciar das atividades de grupo também chamam a atenção para o início de um processo depressivo”, alerta o psicólogo.

Ele lembra que a própria abordagem acerca da saúde mental ainda é cercada de preconceitos. “Tanto na linha do cuidado como na busca da ajuda, a sociedade ainda rotula as pessoas que admitem estar com depressão ou ansiedade. Os rótulos são feitos para produtos e não para pessoas”, disse Antonio Marcos.

O psicólogo defende que cada vez mais as pessoas busquem o auxilio profissional para cuidar da saúde mental.

Estatísticas  – Dados da Associação Brasileira de Psiquiatria e apontam que no Brasil, todos os anos, são registrados cerca de 12 mil suicídios e mais de 1 milhão em todo o mundo.  Cerca de 96,8% dos casos estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.

Em 2019, a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) registrou 630 suicídios no Estado. O índice foi 11,7% maior que o assinalado no ano anterior.