O Sindprev sediou, nesta quarta-feira (25), o Seminário Estadual sobre Sofrimento e Adoecimento Psíquico Relativos às Relações de Trabalho. O evento, promovido pela Central Única dos Trabalhadores na Bahia reuniu especialistas das áreas da Medicina, Enfermagem, Direito e Psicologia. Durante a manhã, os trabalhos foram mediados por Paulo César, Raimundo Cintra, Alindaí Santana e Silvana Lobo, com a presença dos coordenadores Edivaldo Santa Rita e Lucivaldina Brito e do diretor Valdemir Medeiros. À tarde, a mesa foi conduzida por Lindalva de Jesus.

Vice-presidente da CUT na Bahia, Luciomar Vitta, ressaltou que a precarização do trabalho é perversa e a piora da saúde mental do trabalhador é uma doença não visibilizada até porque as pessoas evitam falar sobre seus momentos difíceis por medo do desemprego. “Há uma sobrecarga na sociedade e a gente precisa discutir esse assunto, pois as doenças psíquicas representam o maior motivo de afastamento do trabalho e de pedidos de aposentadoria”, disse.

Edivaldo Santa Rita chamou a atenção para o aumento dos pedidos de auxílio-doença e aposentadorias na Previdência Social, em decorrência do adoecimento mental dos trabalhadores.

Lucivaldina Brito destacou que os trabalhadores estão precisando de cuidados, especialmente as mulheres. Para ela, o adoecimento mental é um reflexo da retirada de direitos por parte do Governo Bolsonaro.

Já Alindaí Santana pontuou que o adoecimento da sociedade precisa ser notado pelas autoridades de saúde e os sindicatos e associações de classe precisam discutir mais este assunto.

Raimundo Cintra completou dizendo que os trabalhadores precisam ir às ruas para abordar este problema que hoje é de saúde pública.

A secretária de Saúde do Sindprev, Lindalva de Jesus, lembrou que problemas relacionados à saúde do trabalhador têm agravado os casos de Burnout e também de suicídios. Para ela, o bem-estar dos profissionais precisa se tornar uma política pública e a discussão do tema precisa ser recorrente.

José Coutinho criticou as relações de trabalho no serviço público e disse que a relação interpessoal entre os funcionários não é discutida no ambiente das repartições. “Isso nos adoece e a mudança de mentalidade precisa começar pelo Estado”, disse.