Com a presença de integrantes de 22 sindicatos, a Central Única de Trabalhadores na Bahia (CUT) realizou o seu 10º Encontro Estadual de Mulheres, nesta terça-feira (25), no auditório do Sindicato dos Trabalhadores em Água e Saneamento (Sindae), em Salvador. Durante o evento, foram discutidos temas relacionados à mulher no ambiente de trabalho, além da necessidade do fim da Escala 6×1 e do combate aos assédios moral e sexual. A atividade foi promovida pela Secretaria de Mulheres da Entidade.

Na abertura do encontro, pela manhã, a presidente da CUT na Bahia, Leninha Firmo lembrou que a luta das mulheres é por igualdade, dignidade, direitos e respeito no mundo do trabalho.

Durante a mesa realizada à tarde, Lucivaldina Brito, que responde pela pasta na CUT e também é coordenadora do Sindprev-BA, agradeceu a presença das participantes e celebrou o sucesso do encontro.

Ela também ressaltou a importância da reparação histórica no âmbito racial: “As mulheres negras são as mais afetadas pela precarização e pela violência no mercado de trabalho. Precisamos de reparação e igualdade real”.

Titular da Secretaria de Relações do Trabalho da CUT, Girlene Pinheiro apresentou dados do Ministério da Previdência Social sobre os afastamentos do trabalho. “Houve um aumento de 68% de pessoas licenciadas por problemas de saúde como sequelas da Covid 19 e também transtornos mentais. As mulheres representam a maioria destes trabalhadores devido a fatores como sobrecarga no trabalho, desvalorização profissional e todos os tipos de assédio”, resumiu.

A secretária de Mulheres do Partido dos Trabalhadores na Bahia, Liliane Oliveira destacou importantes entraves como a dupla jornada de mulheres chefes de família e cobrou a aplicação do Plano Nacional de Cuidados, implantada no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela lembra ainda que tarefas domésticas como o cuidado de filhos e familiares impede que milhões de mulheres exerçam funções remuneradas no Brasil e, segundo ela, isso não é compensado.

Liliane defendeu a construção de espaços como cozinhas e lavanderias coletivas para permitir que mulheres realizem atividade de entretenimento paralelamente às suas tarefas. “Enquanto as máquinas da lavanderia limpam as roupas, elas poderiam aproveitar para assistir um filme ou uma sessão de teatro”, argumentou.

Alindaí Santana, que é da CUT e do Sindprev e acompanha discussões acerca da saúde do trabalhador, falou sobre a carga excessiva de trabalho à qual as mulheres são submetidas. Ela também chamou a atenção para as condições precárias enfrentadas pelas mulheres que atuam no mercado informal, sem acesso à banheiro e local digno para as refeições, por exemplo.

Assim como as demais participantes, ela defendeu ainda o fim da escala  6×1 sem redução de salários para que o povo trabalhador melhore a sua qualidade de vida.

Durante o encontro também houve críticas à forma em que é aplicado o teletrabalho no Brasil.