Diante da alta de casos de covid-19 e da lotação dos leitos destinados ao atendimento destes pacientes, medidas mais restritivas que visem a preservação da vida se fazem urgentes. Entendemos que já deveríamos está em lockdown total e irrestrito, como defende o Comitê Científico do Nordeste. Entretanto, não podemos impor lockdown sem garantir as condições mínimas de sobrevivência da nossa população. O fim do auxílio emergencial e o completo negacionismo do governo federal, além de impossibilitar tais medidas, fazem com que a pandemia se arraste indefinidamente no tempo.

É nesse cenário que o governo do estado e as prefeituras têm adotado as medidas restritivas que estão ao seu alcance para tentar, ao menos, desacelerar a curva de casos de covid no Estado da Bahia. O maior e mais recente exemplo dessas medidas é o toque de recolher decretado pelo governador Rui Costa. Entendemos ser ainda insuficiente para conter a pandemia, mas, diante da impossibilidade do lockdown, é uma medida positiva e necessária dentro das possibilidades impostas pela realidade conjuntural.

O que servidores públicos, trabalhadores de empresas públicas, de economia mista e terceirizados do Governo do Estado cobram é coerência do Governo da Bahia em relação aos trabalhadores que estão direta ou indiretamente sob sua responsabilidade. Em todos os comunicados, o governador tem alertado para o fato de estarmos vivendo o pior momento da pandemia. Isso deveria significar a adoção de medidas tão ou mais restritivas que aquelas adotadas durante o primeiro pico em 2020. Infelizmente, não é essa a realidade que vivem esses trabalhadores que tiveram a flexibilização da jornada e o trabalho remoto suspensos, especialmente os idosos e portadores de comorbidades que foram convocados para retornar às atividades presenciais e que hoje lutam para poder voltar às mesmas condições vividas em junho/julho de 2020, durante o primeiro pico de casos de covid no estado.

Para um governo de origem trabalhista, exigimos que os trabalhadores sejam ouvidos, priorizados e que a preservação da saúde e da vida esteja sempre em primeiro lugar. Para isso, faz-se necessária a retomada imediata das medidas emergenciais de prevenção à saúde dos trabalhadores garantindo, no mínimo:

CUTBahia

Foto: Arquivo Governo do Estado da Bahia