Estaduais e ramos da CUT realização atividades com temas específicos a cada dia, todos com o objetivo de denunciar e lutar contra a tragédia vivida pelos trabalhadores, provocada por Bolsonaro
A semana que antecede o 1° de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, será marcada por uma série de atividades promovidas pela CUT, estaduais e confederações filiadas. De 26 a 30 de abril, todo dia, um tema diferente será destacado na celebração da data, que este ano, terá caráter de denúncia sobre a tragédia vivida pela classe trabalhadora e toda a sociedade brasileira, vítimas da pandemia descontrolada, das altas taxas de desemprego, da escalada da inflação e da falta de comando do governo genocida de Jair Bolsonaro (ex-PSL) para combater o novo coronavírus e criar programas efetivos de geração de emprego e renda.
Acompanhando o mote do 1° de Maio, cuja atividade principal reunirá as centrais sindicais no dia em um evento virtual como foi feito ano passado seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de isolamento social para conter a disseminação do vírus, a semana abordará temas como solidariedade, diversidade, saúde, defesa das estatais e do serviço público e trabalho doméstico. (veja abaixo)
O momento não é de comemoração e sim de luta. “Infelizmente, este 1’° de Maio será o mais trágico da história de nossas vidas. Nossa geração nunca viveu outras pandemias desta gravidade nem momentos parecidos como este. Não temos nada a celebrar em meio a tantas mortes, ao desemprego, a miséria provocada por este genocida [Bolsonaro]”, diz a secretaria-Geral da CUT, Carmen Foro, explicando porque este será um 1° de Maio de denúncia contra o desgoverno Bolsonaro.
Em outros anos, em especial antes do golpe de 2016, que iniciou a destruição das políticas públicas e sociais criadas e implementadas nos governos de Lula e Dilma, a data era celebrada com milhares de pessoas que, ao mesmo tempo em que levavam suas pautas às ruas, também celebravam as vitórias conquistadas com suas lutas.
“Gostaríamos de estar nas ruas fortalecendo a luta por justiça, por comida e pela vida, mas a própria pandemia nos impossibilita”, diz Carmen Foro, reforçando que o ‘basta’ ao governo é o ponto chave das bandeiras de luta deste 1° de Maio.
Usaremos nossa voz nos canais possíveis atualmente, que são as redes sociais, por meio de atividades virtuais, de lives. Onde for possível, faremos ecoar o nosso grito de ‘Fora, Bolsonaro’- Carmen Foro
Em outras épocas, lembra a dirigente, o dia era de luta e reflexão, mas também de celebração do trabalho e das conquistas que foram fruto da atuação sindical e da mobilização da classe trabalhadora.
“Hoje o desemprego e a pobreza aumentam vertiginosamente e não há nenhuma ação do governo para proteger o povo brasileiro, seja com emprego, seja com renda emergencial para sobreviver à pandemia, seja na questão de saúde, já que a falta de comando no enfrentamento é a causa de milhares de mortes no Brasil”, diz Carmen.
“Chegamos ao limite. Impeachment Já”, completa.
A semana do trabalhador
O secretário-Geral-Adjunto da CUT, Aparecido Donizete da Silva, explica que a semana que antecede o 1° de Maio foi pensada de forma a contemplar temas atuais e levar aos trabalhadores um panorama do Brasil de hoje, apontar soluções e reforçar a luta em defesa da vida, da democracia, do emprego e da saúde para todas e todos.
“Nós vamos destacar cinco temas, um a cada dia com atividades que serão organizadas pelas CUT´s nos estados e pelas confederações ligadas à central e, a cada dia, será realizada uma live com participação tanto de sindicalistas, como de artistas, intelectuais e especialistas nos temas, que serão transmitidas pelas redes da CUT”, diz o dirigente.
Os temas serão os seguintes:
- Dia 26/04: Solidariedade em tempos de pandemia
Atividades e live destacarão ações de entidades sindicais e movimentos sociais em prol das populações mais impactadas economicamente pela pandemia, que ficaram sem renda e, portanto, sem condições de sustento. - Dia 27/04: Trabalho doméstico (Dia Nacional da Empregada Doméstica)
A categoria das trabalhadoras domésticas sofreu grande impacto com a pandemia que trouxe desemprego e aumentou a desproteção social para aquelas que permaneceram empregadas, mas tendo de enfrentar os riscos de contaminação seja no transporte público, seja no próprio local de trabalho. - Dia 28/04: Saúde (Dia Mundial da Segurança e da Saúde no Trabalho)
Neste dia, a vacinação, a importância do Sistema Único de Saúde e a política desastrosa do governo Bolsonaro no enfrentamento à Covid-19, serão temas das atividades e debates. - Dia 29/04: A classe trabalhadora somos todas, todos e todes
Serão destacados e debatidos os impactos da pandemia na vida das mulheres, da população negra, de jovens, da população LGBTQIA+, envolvendo políticas públicas de proteção, preconceito, discriminação e desigualdade. - Dia 30/04: O legado da Lava Jato na economia brasileira
O tema escolhido para o dia que antecede o 1° de Maio será de denúncia sobre os impactos da operação. Os ataques e destruição de empresas estatais e o desemprego são algumas das consequências da Lava Jato. Também será lançado o livro “O Legado que a Lava Jato quer esconder”, escrito de forma colaborativa por vários autores, incluindo juristas, intelectuais e sindicalistas, como o presidente da CUT, Sérgio Nobre, no capítulo em que apresento o estudo realizado pelo Dieese, a pedido da central, sobre os impactos da operação.
Donizeti Silva explica que, também serão realizadas atividades regionais como panfletagens, intervenções culturais e outros atos que seguirão rigorosamente as recomendações de segurança e distanciamento social para evitar a disseminação do coronavírus.
A iniciativa da CUT em ampliar o 1° de Maio para outros dias, de acordo com Carmem Foro, se deu pela necessidade de um aprofundamento dos temas para que sejam levados à sociedade de forma mais eficaz. “Infelizmente, dada a urgência em conter o avanço da tragédia, não dá para se limitar a apenas um dia. É preciso fazer todas as denúncias, por isso passaremos a semana reforçando o alerta à sociedade sobre o estágio pelo qual passamos”, finaliza a dirigente.
*Edição: Marize Muniz