Nesta segunda-feira (29), o Sindprev-BA realizou seminário de forma híbrida (presencial e online) para discutir a conscientização das realidades das pessoas negras. O encontro foi mediado por Valdete Francisca, da Asap/Cap Bahia e Maria Almeida, da Secretaria de Aposentados e contou com as palestras de Lindalva de Jesus, Edivaldo Santa Rita e Girlene Santana, coordenadora da FPDPI-BA.
Lindalva de Jesus abriu o ciclo de palestras abordando as condições de acesso à saúde da comunidade negra e chamou a atenção para as dificuldades encontradas por este público. “Os negros que possuem doenças crônicas têm um índice maior de mortalidade, pois a condição social, infelizmente é um fator determinante na mortalidade da população”, disse. Ela lembra que, apesar de ser maioria na população, a comunidade negra não alcança programas resolutivos de saúde. “Há doenças que podem ser controladas, mas a falta de atendimento com especialistas atrasa o diagnóstico, fazendo com que o tratamento só chegue com o quadro de saúde dos pacientes agravados”, completou.
Segundo palestrante, o coordenador do Sindprev, Edivaldo Santa Rita, lembrou da exclusão da comunidade negra no mercado de trabalho e disse que o cenário piorou com o Governo Bolsonaro. “Temos quase 15 milhões de desempregados e as pessoas de cor preta são as que mais sofrem”, avalia.
Segundo Santa Rita, o Brasil ainda vive um cenário de informalidade parecido com o período pós-abolição, quando o recorte vem pela cor da pele. “Ainda vemos que os homens e mulheres que estão nas feiras livres, vendendo cocada, frutas e comida com o tabuleiro na cabeça são, em sua maioria, pretos”, disse.
Ele também ressaltou a demora no reconhecimento de direitos trabalhistas às domésticas. “Somente neste século é que elas alcançaram direitos similares aos trabalhadores de outras categorias.
Já Girlene Santana destacou o papel da mulher preta na sociedade contemporânea e lembrou os desafios vividos por elas para obter sucesso em suas atividades. “É sempre mais longo o caminho das mulheres pretas. Ainda recebemos salários menores e oportunidades em menor número”, contou.
Encontro foi um sucesso
Valdete Francisca e Maria Almeida classificaram o encontro como um sucesso. “Foi um evento de grande importância para nossa categoria, sobretudo os mais idosos, quando falamos de saúde e para os mais jovens, quando abordamos o mercado de trabalho”, observou Maria.
Valdete Francisca lembrou que foram abordadas as diversas realidades da comunidade negra, sobretudo suas dificuldades e caminhos para superação dos desafios.