Nesta sexta-feira (10), Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, o Sindprev realizou uma mesa redonda sobre o autocuidado com a Saúde Mental. O encontro, que ocorreu de forma híbrida – parte presencial e parte remota – foi mediado pelas dirigentes Lindalva Maria de Jesus e Lucivaldina Brito e teve como debatedores o psicólogo Antonio Marcos Sampaio e a assistente social Liliane Mascarenhas, diretora na Superintendência de Assistência Integral à Saúde, da Secretaria da Saúde do Estado.
Participaram do encontro, integrantes do Sindprev da capital e do interior, além de dirigentes como Valdemir Medeiros, que deu as boas-vindas do seminário, Alindaí Pereira, José Coutinho, Carlos Pereira, a presidente do Sindicato das Assistentes Sociais da Bahia Marleide Castro, dentre outros.
Lindalva de Jesus chamou a atenção para a necessidade de discutir o tema de forma mais frequente. “Não podemos negar a realidade, milhares de pessoas tiram a própria vida todos os anos e temos a obrigação de fazermos ações preventivas e de enfrentar este que é um problema de saúde pública”, disse.
Para o psicólogo Antonio Marcos Sampaio, a própria pessoa e os amigos e familiares que integram o seu entorno precisam estar atentos aos sinais como tristeza involuntária, falta de disposição para atividades coletivas, dentre outros agravantes. “Além disso, ainda existe um preconceito para a abordagem da saúde mental”, completou.
Raimundo Cintra, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Saúde e Seguridade Social (CNTSS), chamou a atenção para os riscos de agravamento da saúde mental entre as pessoas idosas. “É um momento difícil, onde as pessoas enfrentam desafios como a redução nos ganhos mensais, com consequente queda do padrão socioeconômico, a maior presença em casa amplia os conflitos familiares e o surgimento de doenças como diabetes, hipertensão e reumatismos que potencializam-se com o avançar da idade”, resumiu.
Já Lucivaldina Brito, que é secretária de Mulheres da CUT Bahia, lembrou que a violência doméstica também agrava a saúde mental. “Quem governa o corpo é a cabeça e se ela não está bem o resto também não estará”, explicou.
Diretora na Superintendência de Assistência Integral à Saúde, da Secretaria da Saúde do Estado, Liliane Mascarenhas ressaltou a importância do acolhimento e citou a importância de atividades de lazer e de autocuidado como fisioterapia, acupuntura, pilates, dentre outras. Ela lembrou também que existe uma necessidade de aproximar mais as pessoas. “A tecnologia ajuda e atrapalha ao mesmo tempo, pois em muitos casos acaba distanciando aqueles que convivem até no mesmo ambiente doméstico. Precisamos reforçar os contatos pessoais, com aqueles que a gente gosta. Substituir a mensagem por um telefonema e até mesmo por uma visita é muito importante”, elencou.
Por último, Carlos Pereira e Alindaí Pereira lembraram que o suicídio é o acúmulo de frustrações e ressaltaram a importância de verificar os sinais de depressão e entristecimento das pessoas que estão próximas.
Comunicar é importante
Rita de Cássia, diretora de Comunicação do Sindprev, ressaltou as ações de divulgação do Setembro Amarelo e comemorou a presença dos integrantes do sindicato no evento. Já Luana Saldanha, coordenadora da Fisioclínica de Prevenção à Saúde, reforçou a necessidade do autocuidado e lembrou que a procura por atendimentos na área da Psicologia tem sido grande neste período de pandemia.
Estatísticas – Dados da Associação Brasileira de Psiquiatria e apontam que no Brasil, todos os anos, são registrados cerca de 12 mil suicídios e mais de 1 milhão em todo o mundo. Cerca de 96,8% dos casos estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.
Em 2019, a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) registrou 630 suicídios no Estado. O índice foi 11,7% maior que o assinalado no ano anterior.